Eixão

Em um braço

Seguro meu corpo

E mais alguns outros

No outro braço

Seguro a bolsa

Risco de assalto

A dignidade?

Deixei em algum ponto

Em alguma

Parada

Vendedores de pomadas

Chicletes, e chocolates

Doentes,

Viajantes,

Filhos com câncer

Dependentes químicos

Dependentes físicos

Pastores e políticos

Todos gritando

Precisam ser ouvidos

E a noite quando

Me deito

No silencio

Ainda ouço seus granidos

Metamorfose

Gente virando

Bicho virando

Indigente

Gente sem rosto

Gente sem alma

Antes das sete

Um policial

Com cassete

Da sua palavra

De ordem

Uma salinha

No terminal

Será o destino

Final?