Sátiro Saturnino
Eu nasci sob a égide da foice
que enquanto corta, sorri
e tenho cicatrizes brilhantes
desde o dia que nasci
Me rejubilo na grama já seca
se frutos não dá, enternece
minha festa, por vezes solitária
vive por si, tal cipreste
Prefiro os méleos escuros
e para beber, oferto cicuta
me deito com seres dianhos
muito mais do que com ninfas
A voz que brota de mim
leva no ar também a dor
porém, tal como pluma
uma despetalada flor
Sem ressalvas, digo, enfim
não sigo qualquer pastor
temo muito por minhas crias
aí de mim! Cronos, senhor...