CANTAR D'AMIGO

Deixa-me brincar, amigo

perdida entre flores d'outono

que o sonho se vai

se tu não ficas.

Deixa-me o peito alheio,

no meio do tempo que passa

tão grácil, tão frio

tão alheio de mim.

Deixa-me quieta, amorosa,

que roça-me a face

a lágrima que escondo

de ti pois tu partes.

Deixa-me brincar, amigo

que eu fico a catar

as flores d'outono...

sem sonhos...

somente a cantar.