Asas de fogo

Ela olhou pra mim

do outro lado da vereda

meu inconsciente via

que a borboleta emergia

de seu casulo de seda.

Seus trajes venezianos

seus olhos de águia astutos

feitos o olhos de raposa

asas da paixão

a conduzem em voo plano

indistintos corações

ela escolhe e vem e pousa

Deste incêndio sem retorno

queima o mais duro coração

feito aterna membrana fetal

e não há quem resistir

mas tem um lado a ferir

e às vezes, arma letal.

Do jeito que ela espreita

em teia entrelaçado

a sua face é perfeita

como um fantasma de jade

feito planta de colheita

feito bicho de abate

asas de fogo me querem

prum voo em volta do lago.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 08/07/2018
Reeditado em 20/08/2019
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