Fagulhas

Aqui, do horizonte vejo

Algumas reticências, nada mais

Tão preto e branco esse arco-íris

Cortou o céu de norte a sul

Diante dele, transpareço

Como um cadáver insistente

Desejando retornar à vida

Quase me perdi mais cedo

Em tua íris, infinita

A frieza da tua alma -

Tornou-me sorumbático

O demônio da meia noite

Esse que pela janela grita

Tal qual o corvo de Poe

Diz ele: Nunca mais!

E nunca mais revivi os ritos

Quando pela primeira vez

Parti meu coração em fagulhas

A centelha da vida - ainda vívida

Gélida e tênue - Tímida, há séculos

Sufocou-se com essas palavras

Wilde
Enviado por Wilde em 13/07/2018
Código do texto: T6388656
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