Aquarela da Manhã

Aquarela da Manhã

Servem-lhe de moldura,

os batentes da porta,

a qual ela, elegantemente,

se senta todos os dias...

O vestido simples

enche de coloridos tons

o dia das pessoas

e a vida apressada do bairro.

Os mais apurados

diriam ver Frida Kahlo,

em cor e osso.

A casa é humilde:

não tem muro;

não tem jardim,

não tem quase nada...

Mas tem uma arvore grande na frente:

de sombra generosa;

de verde gracioso,

Silenciosa,

tal qual a mulher que se põe a porta.

Pernas e mãos postas

delicadamente, uma sobre a outra.

Cabelos presos ao acaso.

Olhos parados no tempo.

E o vestido simples,

Belamente cobrindo quase tudo.

Não sei o seu nome...

Que nome teria essa mulher?

Se tivesse que lhe dar um,

A chamaria de Dona Cor!

peMauro JR.

Mauro José Ramos
Enviado por Mauro José Ramos em 05/09/2007
Código do texto: T639514