Olhar de Poeta

As gaivotas voavam sobre

As nuvens acinzentadas da

Primavera febril

Os sons das máquinas atordoavam

Os sentidos e a cada minuto

Uma criança nasce no

Berço da desigualdade social.

Vede esta árvore?

Amanhã será cinzas e pó!

O que fazes só nesta

Noite sem luar?

Acha mesmo que pode

Reencontrar um brilho

Naquele olhar?

Um olhar frio de poeta,

Uma mão vil encoberta.