NUNCA SERÁS MINHA
Não dá para te ver assim
Com estes olhos tão secos
Do deserto no sertão ao meio dia
Aquele sol era sim perverso
Bebendo as últimas gotas do barreiro
Na breve despedida da estiagem
Apenas um aceno, se perdia no tempo
Que seja como a primeira vez
Em um dia de caos
Os meus beijos apressados
Nos teus lábios feridos
Mas não quero escrever
O teu número errado na agenda
Que destes para despistar meu desejo
Que seja apenas um lance
Um momento de descuido
Uma permuta de utilitarismos
Afagos em vão, e mordidas leves
Mas se algo de bom ficar,
Registrado nas lembranças
Que seja a excitação imediata e o medo
De gostar demais, de amar sem medidas
E mudar o status do facebook
Pra se arrepender depois
Não vá, de modo algum
Na minha casa
Pois meus pais estranham
E meus cachorros são ciumentos
Apenas leve esta flor
Que tem data certa para morrer
Assim como as paixões repentinas