ÁGUAS VÃO, ÁGUAS VEM.

Hoje,

o tempo me alerta,

refugio no meu quarto

para livrar-me das intempéries

do mundo,

sei que é no silêncio que

os poetas se escondem.

E olha, nem poeta sou.

Sou mãos que procuram,

olhos que buscam.

Mas não se engane

no barulho do mundo

só se acha coisas belicosas.

Aqui as águas são águas

e não fazem ruídos,

esse pássaro que canta

tão distante,

acaba de ser inserido

nesta divagação,

mas não faz parte deste poema,

este poema grita,

nas paredes contritas,

deste calabouço hermético,

liberdade, verdade, fuga.

Flutuam as mãos do poeta,

como um casal na valsa,

destronar os maus dos seus

púlpitos,

ocupai os bons, para termos

vidas longas,

assim, entre ofegantes respirações

a pátria se mantem viva,

dai-nos mãos fortes para segurar

as espadas,

e bom senso para perceber os

espertalhões,

eles são aviõezinhos que

fomentam as mãos que nós

sufocam,

as forças externas nos

subtraem,

eles, os aviõezinhos comem

as migalhas,

enquanto nós morremos

de fome.

Águas vão, águas vem,

enquanto o povo se permitem

serem manipulados.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 28/07/2018
Código do texto: T6403116
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