A longa noite, à caminho se fez
Num sábado qualquer,
Ouvi uma voz, com um
sotaque estranho.
Falou-me,
Como se o vento soprasse sonhos.
Como se o tempo não tivesse
deixado um legado longo.
Rindo,
Comunhamos
o fim do cárcere,
Éramos jovens, éramos loucos.
Bebiamos mel à torto.
Devorávamos o fruto, em silêncio.
Depois, numa atitude insana,
O véu foi rasgado e, maculado com sangue.
Comeu como um porco e, deixou-me só.
Cacos, fizeram-se prumo.
Espinhos, dobraram-se no catre,
Por longos dias... Por longos.anos.
Hoje, a vida se põe ao alcance.
Por que só agora,
o amor, me chama?...