DEFUNTO

Lugar só de farto dó

que a vida já cravou em dor;

cantar dó de pardo só

que o caixão se tapou em flor.

No chão és mero defunto

agora solitário e bárbaro.

Machão morto e com luto,

qual lebre reduzida a láparo...

Valente que besta for,

no passado cruel de dor

deixa–o para quem quis pôr

a tampa e o caixão compor.

Vida curta que grita

pela vida que morre.

Triste pedra qual brita

que da vida bem corre.

Salvador, 07/01/2002.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 07/08/2018
Código do texto: T6411714
Classificação de conteúdo: seguro