Letra

Sob a letra jaz o corpo

O módulo informe do caos

As velas das naus sombrias

A purificação da água

O ínfimo despetalar de rosas

A cor vazia do som

O disparate cartesiano

Em cada gesto um traço

Que não imita nem se

Apazigua com objeto fátuo

Fraco, exíguo do ser,

Do não-ser, o contrário

É impossível, não alude

Ao Espírito, apenas adensa

A falta de luz.

Às margens da noite,

A janela se abre para contemplar

A ausência mítica da rua.

João Barros
Enviado por João Barros em 07/08/2018
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