SUJEITO POETA.

Ele estava sozinho,

o único ruído que se fazia

eram das águas que se

escapavam do riacho.

batiam sobre as pedras,

nada mudava,

ele no seu silêncio viajava,

ele nela , ela nele,

os pensamentos se cruzavam,

enquanto a noite madurava,

um suspiro rompia o peito,

as mãos frias cofiavam

a rala barba,

a poesia é filha do momento,

o poeta é fera acuada,

que no vendaval das silabas ,

vai se construindo,

assim como Deus constrói

as nuvens.

Poeta é ser mutável,

risca , rabisca,

deixa de tirar a barba,

parece ser pintura de quadro,

oitava maravilha,

mas não se engane,

lá está ele, sozinho, com a cara

amarrada,

sofrendo dores na alma,

as vezes bem ou mal cuidado,

estes seres que o mundo chamam

de poetas,

sabem muito bem como é carregar

este pesado fado.

enquanto o mundo riem,

os poetas choram,

não há como livrá-los desta dor,

os poetas sentem todas as sensações

do mundo.

Ele está sozinho, mas teus ouvidos

ouvem as trovoadas

que assassinam a humanidade,

ele continuará só, sempre só,

é sujeito poeta.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 10/08/2018
Código do texto: T6415623
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