SUJEITO POETA.
Ele estava sozinho,
o único ruído que se fazia
eram das águas que se
escapavam do riacho.
batiam sobre as pedras,
nada mudava,
ele no seu silêncio viajava,
ele nela , ela nele,
os pensamentos se cruzavam,
enquanto a noite madurava,
um suspiro rompia o peito,
as mãos frias cofiavam
a rala barba,
a poesia é filha do momento,
o poeta é fera acuada,
que no vendaval das silabas ,
vai se construindo,
assim como Deus constrói
as nuvens.
Poeta é ser mutável,
risca , rabisca,
deixa de tirar a barba,
parece ser pintura de quadro,
oitava maravilha,
mas não se engane,
lá está ele, sozinho, com a cara
amarrada,
sofrendo dores na alma,
as vezes bem ou mal cuidado,
estes seres que o mundo chamam
de poetas,
sabem muito bem como é carregar
este pesado fado.
enquanto o mundo riem,
os poetas choram,
não há como livrá-los desta dor,
os poetas sentem todas as sensações
do mundo.
Ele está sozinho, mas teus ouvidos
ouvem as trovoadas
que assassinam a humanidade,
ele continuará só, sempre só,
é sujeito poeta.