Argumentos

Que a vida renasça como teu semblante renasceu,

entre as pedras e a água, entre o chão e o céu,

entre a luz e as sombras;

que as palmeiras cresçam suficientes como os grãos de areia do tempo,

com os olhos atentos ao próximo passo;

que a chuva frutifique os girassóis na enseada,

sem repugnância, só o gosto do tempo impoluto;

que a morte recue ante a cor das ruas e

o ar esperançoso dos viajantes que não dormem;

que a densidade das palavras não sacrifique a transparência dos discursos;

que o amor reforce a tese, a antítese e a síntese de todos os

argumentos;

que as mãos possam, enfim, realizar tarefas inadiáveis.

João Barros
Enviado por João Barros em 13/08/2018
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