Vício

Máquinas que comprei me usam

Objetos eletrônicos me governam

Apoderam-se do meu sono

E me acordam com sinais malignos

São de todas as cores e tamanhos

Variados, como se minha vaidade

Lhes desse forma

Geralmente não estou onde apareço

Sou apenas fragmento, flash de luz

Rondando a sala, um pensamento

Rápido, um diálogo partido,

Um sussurro desconhecido, um

Morto-vivo, homem-zumbi, vulto

Nas sombras da ignorância.

Quem do outro lado ouve uma voz

Vazia? E se depara com a porta

Fechada, os olhos longe, os lábios

Murmurando pragas cibernéticas.

Aparelhos eletrônicos enchem todos

Os bolsos e escorrem pelas mãos

Petrificando em silêncio

Mentes e pensamentos.

João Barros
Enviado por João Barros em 14/08/2018
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