No silêncio das pedras

De novo na solidão monótona veio,

à lembrança, cavalgando de outros vales.

Até mim que solitário leio,

e reflito, sobre a vida, e seus males.

Estar vivo. Plantar sonhos e colher às ilusões...

Ler o velho e o novo testamento.

E numa noite, sentir, o que sentiu os corações,

dos que foram, açoitados, pelo medo e o lamento.

No âmago de um mundo atro e triste,

caminhar em trilhas tredas e ouvir...

Na alma, assombrando-me acredite,

uma voz, a me dizeres, que irei também partir.

Todos os dias passar em frente ao cemitério.

Ver nos bosques, florescendo, alegria e tristeza...

E o pensamento obscuro do meu cérebro,

haurir eu devo, pra viver, com mais clareza.

Ah! Ser como os pássaros e às flores,

sereno, seguir como às águas...

Deixando pelo caminho às dores,

e tristurosas às mágoas.

Conviver com o frio da dúvida,e o sol da sensatez.

E no silêncio das pedras tão profundo...

Reconhecer minha pequenez,

diante da grandeza deste mundo.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 14/08/2018
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