No silêncio das pedras
De novo na solidão monótona veio,
à lembrança, cavalgando de outros vales.
Até mim que solitário leio,
e reflito, sobre a vida, e seus males.
Estar vivo. Plantar sonhos e colher às ilusões...
Ler o velho e o novo testamento.
E numa noite, sentir, o que sentiu os corações,
dos que foram, açoitados, pelo medo e o lamento.
No âmago de um mundo atro e triste,
caminhar em trilhas tredas e ouvir...
Na alma, assombrando-me acredite,
uma voz, a me dizeres, que irei também partir.
Todos os dias passar em frente ao cemitério.
Ver nos bosques, florescendo, alegria e tristeza...
E o pensamento obscuro do meu cérebro,
haurir eu devo, pra viver, com mais clareza.
Ah! Ser como os pássaros e às flores,
sereno, seguir como às águas...
Deixando pelo caminho às dores,
e tristurosas às mágoas.
Conviver com o frio da dúvida,e o sol da sensatez.
E no silêncio das pedras tão profundo...
Reconhecer minha pequenez,
diante da grandeza deste mundo.