Versos

Quanto ao destino, deixa que venha

Para que uma luta inútil no meio da vida?

Quanto à chuva, deixa que caia,

Sinta a água molhar as coisas e lavar certas agonias da secura.

Quanto ao amor, deixa que fique,

Se apenas palavras não vinculam corpos

Nem transformam pensamentos.

Quanto ao azul, deixa que pinte,

Aceita as cores e as formas

Como a inevitabilidade da morte.

Quanto ao jardim, deixa que cresça

Experimenta cada flor, cada cheiro

Como um límpido desejo.

Quanto a seus versos, deixa que queimem

Para que palavras quando a vida é

A única poesia necessária?

João Barros
Enviado por João Barros em 15/08/2018
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