Sobre a imagem: Matamos Poetas 24/7 à Domicílio
Merda!
Eu não era poeta, nem filho de poetisa
Não havia ninguém que derramara sangue nos livros da família
Naquele dia frio, eu não morreria
Ninguém me mataria
Ninguém havia encomendado minha morte e isso me deixava mais sã e vazia
Saber que eu não era especial a ponto de ser alugada por um pouco de dinheiro que pagaria pela minha cabeça cheia de ideias que jamais seriam transcritas para o doloroso nascer do dia
A minha morte é saber que eu não morreria
Eu sou um tanto suicida, mas acho que isto é um dom: ter a coragem de morrer pela própria mão
Eu não nasci para me matar sozinha, nem para ser morta
Nasci para morrer de pouco em pouco, punhado em punhado, dose em dose, ressaca em ressaca, dia após dia.