Sobre a imagem: Matamos Poetas 24/7 à Domicílio

Merda!

Eu não era poeta, nem filho de poetisa

Não havia ninguém que derramara sangue nos livros da família

Naquele dia frio, eu não morreria

Ninguém me mataria

Ninguém havia encomendado minha morte e isso me deixava mais sã e vazia

Saber que eu não era especial a ponto de ser alugada por um pouco de dinheiro que pagaria pela minha cabeça cheia de ideias que jamais seriam transcritas para o doloroso nascer do dia

A minha morte é saber que eu não morreria

Eu sou um tanto suicida, mas acho que isto é um dom: ter a coragem de morrer pela própria mão

Eu não nasci para me matar sozinha, nem para ser morta

Nasci para morrer de pouco em pouco, punhado em punhado, dose em dose, ressaca em ressaca, dia após dia.

Thina Freitas
Enviado por Thina Freitas em 15/08/2018
Código do texto: T6419973
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