POEMA INFINITO.
Vamos ter coragem,
pegar papel e caneta,
escrever frases perfeitas
que nos deixe transparentes
como águas de vertentes.
Para que pressa se vai escrever
cartas azedas por pura intensão,
vamos para um lugar secreto
dentro das nossas verdades,
sente-se num canto qualquer,
corra os olhos além do
seu ponto secreto,
faça do seu desejo um objeto,
persiga-o com cão perdigueiro,
mas não tire os olhos de mim,
sou pássaro passageiro,
nem eu mesmo sei de mim,
mas um fato é certo,
seus mimos são a flecha certa
num coração volátil,
revivo a cada efeito,
disso não duvido,sou imperfeito,
nestas linhas abro um campo
ótimo para devaneios,
plante em mim suas sementes,
a cova esta nova e a terra quente
pronta para germinar.
Eu nada sei, o que me vem em mente,
escrevo, não minto,
e esse rolo que desce
ladeira abaixo é meu martírio,
comece por agora,
sou um caderno em branco
esperando sua poesia,
escreva em mim o que seu coração pede,
se precisar pode riscar, mas não
me deixe em branco,
sou um campo após as queimadas,
prontinho para brotar,
pegue papel e caneta,
posicione-se na mesa, mergulhe em mim,
como um mergulhão atrás do peixe,
estou pronto para saciar fome e sede,
sou este espaço em branco
pronto para numa tarde sem sombra
receber o infinito poema.