Morto-vivo
Há aqueles que dormem em cemitérios
Com seus rostos pálidos e semblantes sérios
Que repousam a carne pútrida e os restos
Em berço frígido de esquecimento eterno
Há os homens que passam pela vida
E bebem a amargura e tragam a solidão
Comem a tristeza como comem o pão
De miséria não falam até o dia da ida
E há aqueles que assim como este
Repousam a alma pútrida em corpo são
Regurgitam a dor e cospem a razão
Não morrem, nem vivem, sorriem então
Tropeçam na vida, em passos dementes
E frígida é a alma, pálida é a mente