A ARMADILHA DOS CAMELÔS

Vêm de bocas escandalosas nas calçadas

ou de potentes megafones convincentes;

são, pois, ondas sonoras altíssimas e estridentes

a agredir as ouças de pessoas alcançadas.

E um transeunte atônito de pensar latente,

apressado em passos jamais programados,

é desviado para caminhos não traçados

em sintonia à sua força de ser impotente.

Larápios se antepõem nos passeios para bloquear

mais inocentes bem carentes e abalados

e em bom sonho com os produtos ofertados.

Por fim, vão aos apelos dos camelôs a saquear

a fraqueza que carregam em seus olhares

fracos de defesa ao cruzarem tais lugares.

Salvador, 30/01/1999.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 30/08/2018
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