MUSEU

Passa o tempo brincando de saudade

sobre a translucidez da esperança

e o novelo de mágoas e lembranças

eterniza o cruel desenrolar

Na solidão do museu

Estrelas abrasadas de loucura

Corre-corre. Alarmes, e acendimento.

Aparei gotas em minha mão

Enovelei-as como antes

quase sempre igual- jamais contínua-

ao destino servil do consumar

Passa o tempo e nos fica a vaidade

na amargura da vida edificada

no desejo total de eternizar

Somos todos museus de embriaguez

quando não descartamos quase nada

pela doce ilusão de não passar

David Leite
Enviado por David Leite em 03/09/2018
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