AS NOITES

as noites cada vez mais frias

e sem qualquer estrela que brilhe

no cinzento céu

a lua, na minha visão microscópica , fez um buraco

e na terra se escondeu

o vento preso nos vazios adormece

e já não produz brisa nas manhãs

as paredes ensurdecidas já não escutam segredos

e portas e janelas fecharam-se na escuridão de si mesmas

no peito de tantos,

os desejos febris enfeitam os caminhos desfeitos

lágrimas de chuva no telhado compõem a orquestra do silêncio

e o gato se aquece ao lado da lareira sem qualquer chama

ah, as noites!

sempre frias e remotas

sem lembranças!

Margarida Di

Margarida Di
Enviado por Margarida Di em 12/09/2018
Reeditado em 12/09/2018
Código do texto: T6446891
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