Anjo Caído!

As preces adormecem nos lábios,

Os soluços escondo, atrais dos sorrisos,

Que empresto ao momento,

Que me entrego a você, e morro por dentro.

Teu toque derrota a valentia do espírito,

E com o peito aflito, nunca digo que não...

Depois, o silêncio, o arrepedimento maldito.

Faz coro com meu tormento.

A distância da calma, me tumultua a visão,

E arremessa minha alma, na alcova da dor, da solidão!

Quando sozinha me vejo,

Perdida em delírios, tomada pelo desejo,

Quando a lascívia, domina meu corpo,

E me embota a razão.

Ergo meus olhos ao alto,

Peço socorro ao Senhor...

Sou criatura de Deus,

Amada por ele, sem dúvida, sei que sou.

Mais meu coração, que antes transbordava ternura,

Hoje se alimenta de dor, de luxúria.

Te peço, piedade meu Pai.

Mais busco no âmago de mim,

Versos que falem de cores, flores,

Rompantes de sonhos, que falem de suaves amores,

Que provei num tempo esquecido.

Mais só me vêem imagens...

De beijos, abraços, envoltos em pecados.

Minha clemência pareci distante,

Pois no montante de mim, sobrou só desejo,

De ter esse homem em mim,

Me dominando a vontade.

Nosso querer é uníssono.

A carne fala mais alto.

E mergulho num mundo selvagem,

Onde corpos se dão sem vergonha ou pudor,

Se buscam, se enlaçam, copulam com ardor...

Sem amor!

Meu destino selei, no prazer do teu beijo.

De cheirar, te sentir, te pegar...

Dessa louca vontade que me invade

De me lançar numa cavalgada,

Desembestada atrais da emoção de te ter...

De te pertencer!

Da sensação de proteção, sei lá, da emoção!

Você é meu pecado em forma de homem,

Que me incendeia as idéias, falando mansinho.

Me enlouquecendo com beijos,tantos carinhos...

Que perco o caminho, a direção.

Sacrifico a virtude em nome da paixão,

Paixão por você,

Meu anjo caído,

Lindo!

Meu bem, meu mal,

Meu erro fatal.

Observadora
Enviado por Observadora em 28/10/2005
Reeditado em 28/10/2005
Código do texto: T64559
Classificação de conteúdo: seguro