MINHA HERANÇA
Quando o último suspiro
Esvair num adeus mudo,
Meu testamento, versos puros,
Meu alento a vaidade de versar,
Na simplicidade da minha herança,
Poesias, que minha história vai eternizar.
Orbitará no cosmo na leveza do tempo,
Adormecerá em cada canto do vento,
Onde pulsar vidas em poemas,
Onde houver uma mesa boêmia
E o orvalho úmido nas madrugadas,
Para ocultar minhas saudosas lágrimas.
Nas noites enciumadas e enluaradas,
A embalar o meu riso e o meu pranto,
Vão decifrar rascunhos, arroubos de emoções,
Em velhos cadernos com emaranhados rabiscos,
São versos em pergaminhos que versou minha vida,
São meus hilários pecados, feitiços e vícios.