ESTE SILÊNCIO DE AGORA.
É triste, disse ela,
apos arrumar a saia
amarela,
tenho uma casa assombrada,
a casa de m'alma,
este silêncio de agora
é coisa muito rara,
o que me embala são ruídos
e estalos,
nos meus porões ha bolores
e peças inacabadas,
fantasmas espantam minhas
noites,
me recolho num canto da sala,
descanso na ânsia de recomeçar,
mas como,
se perdi o tempo de amar,
a luz do sol penetra minhas
janelas,
a brisa sopra minhas cortinas,
mas m'alma é caixa lacrada,
são passos perdidos nas
encruzilhadas,
o que fazer, disse ela,
enquanto isso , lá fora uma
nuvem escondia o sol
que colocava ouro na manhã,
ela então respirou,
vestiu-se de teus desalinhos
e partiu.