Há formigas morando no meu Jardim
Avistei um civilização ser construída
Sob a terra que eu paguei,
Cujos documentos comprovam
Em cartório que é minha.
Não me consultaram se aqui,
Em minha propriedade,
Poderia se formar uma sociedade
Inteira de formigas.
Agora divido meu espaço com elas em tudo.
Tomamos café juntos, o café que comprei,
Elas usam meus armários para fazer compras,
Se deitam comigo no sofá para ver televisão,
Acessam a internet que está no meu nome,
Usando, adivinhem, meu computador.
Elas se quer fizeram uma oferta
De aluguel pelo espaço que ocupam no meu terreno.
Pensei várias vezes em mata-las, isso mesmo,
Mata-las cruelmente, afogadas com a mangueira,
Incendiando suas casas, administrando algum veneno.
Não ouse me julgar, pois sei que você já assassinou algumas delas.
Mas a verdade é que elas só querem sustentar
Seus milhares de irmãos recém nascidos
E deixar um mundo pronto pra eles, com túneis,
Edificações elegantes, e um rastro bem definido.
Para onde elas iriam se eu as expulsasse de casa?
Não se confundam, não as suporto,
Mas nos toleramos e hoje, mesmo sendo às vezes mordido,
Já aceitei que eu é quem sou o inquilino.