O Alimento Encantado
O príncipe que domina a rua
Segura intensamente em sua mão
Uma adaga desembainhada
Que de tanto uso está enferrujada.
Em seu reinado, paga com a vida
O pobre endividado.
O seu castelo é feito de pedra,
Com um tapete verde no assoalho.
Soam as trombetas em cinquenta estalos
Quando seus guerreiros, em pó,
Trazem os mantimentos que abastecem
As necessidades dos súditos abastardados.
Aviões decolam anunciando a novidade
E com a precisão de uma balança,
Trocam os alimentos encantados
Pelos bens do freguês angustiado.