ÀS VEZES

Às vezes eu me oponho

ao teu jeito tristonho

de encarar a vida

às vezes me desfaço

deixo-me prender em teu laço

Acato as tuas inquietações

Faço-me senhora de tuas ilusões

Às vezes por piedade

outras por pura maldade...

Às vezes me revisto

de impossíveis fantasias

às vezes não resisto

e me atiro às agonias

de viver, de não-amar

de querer ser o senão

na vida de um poeta triste

por não ter mais ilusão

por não vivenciar a paixão

por saber que a morte é certa

e não escolhe momento

e assim busco livrar-me

de tanta tristeza e lamento

Às vezes sou desespero

contemplando a noite fria

outras me olho no espelho

e retomo a alegria

às vezes sou a ternura

de uma carícia roubada

às vezes sou a criatura

mais infeliz, menos amada

Porém, às vezes sou luz

que reflete e te seduz

numa noite de verão

aplacando essa dor

minimizando o sofrimento

unindo o meu coração

à alma de um grande ser

que extasia meu viver

e me desperta a emoção...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 05/10/2018
Código do texto: T6468178
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