Fingia o que não sonhava
Nem mocinha
era menina
quase sempre estava só
sozinha também sonhava
no altar da fantasia...
Fazia cara de má
disfarçando o próprio medo
pra desviar a tensão
arriscava dar um nó
nas ameaças à vista.
Às vezes
em domingos pálidos
espantava passarinhos
andava em más companhias
sem nunca ir
aonde ia...
Fingia o que não sonhava
se enfiava livro adentro
lia todas as nascentes
que só a palavra cria.
Escutava um som distante
era o sino que zunia
a catedral lhe chamava.
Diulinda Garcia