ciclos in governáveis

Ciclos (in)governáveis

Comecemos este ciclo de meias verdades.

Eleito o próximo burgo desta burguesia

Façamos as contas das travas à idolatria:

Quantos votos será preciso para governar

As próprias pernas doridas de caminhar

Sozinho?

Todas as formas de ceder serão visitadas,

Dos favores prometidos, imerecidos,

À disfunção de privilégios, à larga...

Assim veremos o zarpar do barco,

A baía cheia de “cadáveres” a interromper

O passo mal dado.

Quem será o mais chegado visitante

Desse legado?

Façamos desse ciclo verdades inteiras,

Fora das fanfarronices, das bebedeiras...

Há ainda pais educando filhos a palmada

E filhos dando de ombros à autoridade...

Seremos assim cidadãos da palmatória?

Vermos assim as pedras desfazerem-se

Nas ruelas esburacadas?

Sermos novamente os bobos desta corte

Dissimulada?

Então, o que seremos agora, abertas

As últimas urnas encalacradas

Desse votatório?

Que cartório vai autenticar

Que eras tu, Cura, o próximo Brutus

Dessa empreitada?

Todas as vezes elegidos foram

Salvos das denúncias fraudadas,

Depois contaminados.

As más gestões cobram um preço

Muito alto aos retardatários.

Assim como seremos sempre

Necessários neste dia, apenas neste.

Depois desnecessariados...

Outra vez o passo manca?

Quem será o privilegiado

Desse legado?

Somos uma turba interessante...

Olhe bem o sorriso do eleitorado,

A promessa em troco da promessa,

O voto desmembrado da decência

Não é voto, é um cabresto

Desavergonhado.

Que é das ruelas esburacadas?

Novamente abobalhados votamos

Na pessoa errada?

Então, o que seremos agora,

amarfanhados nesse voto, De otários?

Pensar que não merecemos tanto...

Apenas licenciosidades sobre a mesa

E uma espera que não finda cedo

Tornando velhacos os meninos lesos.

Espera aí, senhores, que a história

É feita de demoras e sossegos,

Depois de lufa lufa pelo voto

O aviltamento da ética pelo peso.

Como serás amanhã cedo, sendo

Metafórica amanhã o todo sempre

Neste futuro que encaras à frente.

As manhãs dos amanhãs virão

Caindo pedras desse dominó

Manchado pela ação de cada dia,

Derrubadas pela mão do afago.

Quem pode garantir estes vindouros

Dias melhores que o passado?

Serás tu, Cura, o pródigo governado?

Ou governarás tua cabeça

A vida de milhares?

Desgraçado é aquele prometido

E mal pago.

Veremos se a euforia faz sentido

Depois do amanhã certificado.

A plebe que exalta não é mendiga,

O burgo deve ser bem governado

Que a volta da roldana é o perigo

Atropelando vossas senhorias

Se ficarem prostrados em abrigos.

Comecemos este ciclo sem meias

verdades, eleito o burgo desta burguesia

Faça conta das travas à idolatria.

Terás as pernas que são preciso

Para caminhares só ao desabrigo?

Enquanto as pedras se desfazem,

Outras caminharão contigo.

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 07/10/2018
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