PARADOXO

Em romântico querer do mundo material;

és atlântico saber, és profundo memorial,

riqueza do passado: tanta sabedoria;

tristeza do contado: pronta vã agonia!

Poço do saber, certeiro rumo da verdade,

troço do querer, herdeiro prumo da saudade

do porvir que enterro por não aparecer,

que sem vir será erro injusto a acontecer.

São poucos e poderosos, atingíveis,

tão loucos e onerosos, insensíveis,

gente que poderia até não existir!

Diminutos, desgostosos, sensíveis,

em minutos, revoltosos, perecíveis...

frente que carece muito de refletir.

Salvador, 1997.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 10/10/2018
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