Nas asas do tempo

Eu me encontro nas asas do tempo

de pé reflito e me aflijo__invoco os grandes

todo tempo te seus grandes.

O coração bate acelerado

é importante esse ritmo descompassado.

Estou nas asas do tempo

prumo-me com fio retilíneo de pedreiro

e sonho sonhos de construção.

E no meu ver sou compasso cadenciado

de algo que não é samba, mas é quente e envolvente...

Envolvo-me nas asas do tempo

e ouço seu cantar

nada é tão doce, como o sal remoído e espremido

que os corpos lançam sob a forma aguada de suor.

Nas asas do tempo o suor é mais sagrado que salgado.

O tempo tem asas que batem sem sons

mas mesmo assim eu escuto

Ah! Minhas formas de escutar.

Nas asas do tempo lembro-me

que sabias cantam em terras onde tem palmeiras

E eu, sinto saudade

mas vou voltar nas asas do tempo.

Nas asas do tempo três penas vão se alternando como

verão

inverno

primavera(quase não se nota)

aparece raramente em caráter especial

somente notada pelos apaixonados primaveril.

As sombras das asas do tempo formam um desenho

um casal anda a cavalo e é feliz.

Do outro lado do tempo

um casal de gaivotas voam apesar do mar ter-se mudado para longe

que importa, as gaivotas formam um par

e vão ficando disformes na altitude do tempo

vão indo em direção nunca vista

formam um arco colorido

pousam tranquilamente nas asas do tempo.

05/10/94

Conceição Cardoso
Enviado por Conceição Cardoso em 17/10/2018
Código do texto: T6478855
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