ACHO QUE ESTAVA COM FOME


Li um poema que falava em garrafa d´água e queijo branco
outro dia coloquei saudades dentro de um sanduiche
que fiz na madrugada da cozinha
em penumbra
Foi então que vi ,
o quanto a poesia cabe no mundo
do sol ou da sombra
o quanto o poeta é pedra e esponja
Chamam-no de pedra
quando reiteradas vezes se apaixona
esponja
quando absorve a dor do amigo
e por nada o abandona

O poeta é essa loucura extremista
uma hora caramujo
outra artista
A poesia é prato simples
como uma bonita salada
Não precisa de técnicas sofisticadas
muita cor e amor
pra curar almas machucadas

Às vezes também machuca,
mas sempre como um rebelde espelho:
mostra o que não queríamos ver
mas precisamos
pra chegar ao céu verdadeiro

Uns gostam com rimas
outros só de ritmo e musicalidade
poesia é prato diverso
bom de ser preparado
em qualquer idade

Há aquelas bem "louconas" (adoro)
que não permitem qualquer entendimento
Cheias de palavras soltas,
mas ,que com um "a"
arreganham sentimentos
Poetas gostam de coisas antigas
palavras que passam muito tempo dormindo
parece que quando acordam
revelam tudo que estão sentindo
Ai que fome me deu agora,
de poesia no mundo!



 
Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 22/10/2018
Reeditado em 22/10/2018
Código do texto: T6483035
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