Dilatação

Eu deixo arestas a serem apontadas.

Inconclusivas ideias permeiam meu juízo.

Dilato finais.

Protelo ciclos com poréns.

Eu sei, eu deixo as portas abertas...

O salitre ainda consome o chão em que projeto meus passos.

Sim, é proposital.

Ou, talvez, habitual.

Talvez eu receie o amanhã.

E deixe o tempo assim,

meio inquieto,

a espera da próxima vírgula.

Os fins me confundem.

É que eu desejo o melhor.

Planejo a perfeição...

E, talvez, por ela não existir, o inconcluso povoe minhas espirais.

Quem sabe a incompletude forme o perfeito acabado:

se o melhor é o que posso fazer,

talvez tudo seja finito

e o tempo perdido seja só mais um prego incrustado em minh'alma.

O avançar me convida.

Finjo aguardar os sinais...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 22/10/2018
Reeditado em 22/10/2018
Código do texto: T6483608
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