Extinção

Sobre a tela/

Vejo e revejo todos os dias/

A que ponto do precipício/

Estão as nossas condutas/

Há preço para o prazer/

Valor para ser/

Mas a vida/

Em sua mais preciosa forma/

Hoje/

Não passa de uma vil estrada/

Qualquer um sente-se no direito/

De só existir/

De só ter pra sí/

Transeuntes morram/

Pois nesse sistema/

De insensatez a insanidade/

Não importa o coração/

Mas quem tem nas mãos a cidade/

Quem paga mais pra ter ou pra ser/

A essência da luz/

De uma sensibilidade na alma/

É excretada ante as vaidades/

Pode-se enquistar como veneno/

Por isso, morre-se o homem/

Assentado com o controle nas mãos/

Tão soberbo na escuridão/

Sem se importar ou se dar conta da falta/

Que faz um sorriso/

No rosto combalido/

Ou um pedaço de pão/

Pra quem tem fome/

Seguida as intenções/

Há por fim dizer/

Que entre o deserto e a sordidez humana/

Não resta a liberdade/

Se não a morte/