Parece elogio mas é racismo

Como pode essa inteligência toda

parar aí?

Esse aí, tem corpo, cor e nome

Esse aí é gente, tem existência.

Tem cheiro, gosto e sabor.

Tem cultura, tem labor,

História, memória...

Minha fala é autêntica.

Meu olhar é de águia

Minha cor é natural

Meu coração é maternal.

Meu black é estilo

Meu canto é imortal

Minha dança é ritmo.

Tudo em mim é cultural

Com Zwanga tenho pertença e adorno real.

Com Alika, traje jamal.

No Maruanum, poder artesanal.

Mel da Pedreira, recurso medicinal.

O Criaú, embala as folias!

Que encanto, as cantorias!

Tem meu povo noite e dia!

Yana Mc. Compõe rap pra mim.

Mazagão, expressão de fé.

Minha cultura se mantém de pé.

No berimbau, tambor, afoxé...

Agora, até minha escola

Não pode mais fazer escória.

Puro ceticismo.

Parece elogio, mas é racismo.

Negra Aurea: 27/ 10 / 18 às 9:00h