Poema pernóstico
não roube minha quietude
a toa
prolongar-se demais
dá transtornos irreparáveis
não incomode meu silêncio
barulhos são tropeços
da harmonia
não suje, por favor,
o chão da minha casa
deixa sujeira do mundo
no mundo
e a intimidade de cada qual
não abuse da hospitalidade
nem copie minhas manias
a noite suave, invade
e ela, mais que tudo
exige minha companhia.