Dor e culpa

A dor que me dói hoje é uma dor ridícula,

sem pé nem cabeça,

mas uma dor teimosa.

Uma dor generosamente alimentada com culpa,

uma culpa também ridícula,

também sem pé nem cabeça,

mas uma culpa substancial.

Uma culpa adubada com álcool e jabuticaba,

uma dor dormida de mãos dadas,

que nunca devia ter acordado.