Esquálida
Esquálida*
Luz, que nem sol de maravilha
brilha, reluz
Ofusca minha ilha
Sórdida terra...
Mais parece insólita
Profunda hera
Eras tu nos meus sonos
Cinza, pálida atroz
Cadela sem cio sois vós
aquela que precipia
mentirosa
fui o mentor deste sarcasmo
Nem sou pior que vós
Tão impuro quando teu breu
volto a tumba atroz
Da minha língua insana
Tudo emana
Tudo é voz
Tudo é cor
Tudo é som
Incrível...desatina meu destino
que eu,por minha boca
Felino, quase Hiena
Destruí minha carniça
Só! estou só....
Resta-me ainda uma esquálida imagem
de mim sem reflexo nenhum
Um grita..outro socorre..outro morre.
Fim!
Lúcia Gönczy