Meu benditos e amaldiçoados nomes

Fui pego desprevenido e tive minha identidade questionada,

Repassei todo o filme da minha vida e descobri que eu não sou nada,

Tenho mais história que qualquer rainha mumificada,

Aqui começa a história da minha jornada,

Primeiramente com o aquariano filho do vento,

Alguém que finge estar bagunçado mas anda lento,

O tolo que é mais esperto que qualquer amante violento,

Territorialidade é seu principal elemento,

A melhor parte que seus amigos se perdem nas suas besteiras,

Ele não se cansa de falar tantas asneiras,

Acham que ele não tem lados nem beiras,

Mas todos os seus planos estão as espreitas,

Sou o peregrino da cacofonia,

Que nunca está satisfeito com sua sinfonia,

Que está atado com uma sintonia,

Pode ser só paranoia minha,

Sou o violinista maldito das cordas douradas,

Com suas habilidades musicais sepultadas,

De destinações cruelmente sedadas,

Que tiveram suas direções separadas,

O amigo que carrega seu legado,

Um nó muito bem atado,

Mais um motivo de ser sepultado,

Mas por um bem maior foi deixada de lado,

A cria indesejada do Deus silencioso,

Que transformou-me a vida num sentimento oneroso,

Não mostrando amor num momento piedoso,

Que mostrava imortal e era um calado idoso,

Sou inimigo da falsa divindade,

Que jurou guerra contra toda essa lealdade,

Não fazendo parte da sua realidade,

Mas que pisa na sua casa num tom de compatibilidade,

Sou a criatura desconhecida pelos seus próprios iguais,

Renegado por não seguir ou compartilhar de seus ideais,

Não segue e nem se compara aos seus cães leais,

Tem seu próprio destino e procura de maneiras descomunais,

O coração amoroso atolado em desgraça,

Não existia alguém que o faça,

Ninguém que de sua mão usurparia a taça,

Tornando-o um tornado em falácia,

O medroso das cartas,

De suas histórias estavam fartas,

Deixaram suas palavras engavetadas,

Por um simples ciúmes de primaveras passadas,

O filho do berço quebrado,

Sendo comparado a um bastardo,

Perdido e renegado,

Mas que nunca deixou de ser amado,

O corvo sem seu canário,

Pelo destino foi feito de otário,

Porém ele não se tornou mercenário,

Essa orquestra de comissário,

O engaiolado que tem medo de perder as penas para evoluir,

A ave que voa, vive pisando no chão e tem medo dele ruir,

Achando e se enganando que ela iria partir,

Com medo do próprio sorriso e começou a involuir,

O último pupilo a respirar,

Feito para os seus legados lembrar,

Aquele que faz o destino se engasgar,

Que demonstrou amor e se negou a ajoelhar,

O demônio mais humano existente,

Com sua nova oportunidade amorosa está contente,

Do coração gritante e ardente,

O corvo que devora pelas entranhas a serpente,

O melhor amigo dos enganados,

Somente pela morte serão lembrados,

Tiveram seus laços desgraçados,

Por um destino que proporciona maus olhados,

Porém isso não passa de um passado de titularidades,

Agora ele tem nomes de verdade,

Se tornou o corvo cerúleo que faz jus a sua tonalidade,

Aprendeu a amar com o canário verde jade,

Corvo Cerúleo do céu azuladamente anoitecido,

Acharam que suas penas e ego haviam desaparecido,

Ele só estava quieto e esquecido,

Esperando o momento certo para se dar por aparecido,

Parabéns ao maníaco pintor por proporcionar tal teimosia,

Alimentando esse predador com sua teimosia,

Essa é a história de um afogado em hipocrisia,

Agora está no caminho certo da alegria,

Meu nomes antigos são declarados enterrados,

Estão atualmente todos engavetados,

Fazem parte desse pássaro dos acovardados,

Ele agora voa pelos céus dos acreditados.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 01/11/2018
Reeditado em 01/11/2018
Código do texto: T6492081
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