A toxicidade da cidade
Por ser de "pedra e cal" há exiguidade
De recursos para sobreviver na cidade
Recorrendo os incautos à mendicidade
E os astutos vivendo da desonestidade.
Vendem sexo os de mais pacata dignidade
Pra comprarem a paz pra o estômago vazio
Ou mesmo por paixão ao luxo e vaidade
Barateando o prazer, cujo preço é amor.
Os de estômago fraco doam a vida a narcóticos
Não aguentando as dores lúcidas da vida citadina
Embarcam para as alturas, tornando-se lunáticos
Em naves espaciais, para lá, onde a vida termina.
E depois, os diligentes súbditos do próprio diabo,
Como se não bastasse a desumanidade da cidade
Inventaram redes sociais onde popula pornografia
Para depravarem nossas donzelas antes da idade...
Estou farto de falar das coisas da vulgaridade
E ninguém parece solidário a tal sensibilidade!