Na boca tua?

Que gosto tenho na boca dos outros?

Sem sal, sem gosto, sem doce.

Há quem me engula por remédio

Há quem me engula por precipitação

Às vezes na boca dos outros

Posso ser como carne borrachuda

Onde a garganta não acha ponto de engolir.

Que gosto insosso eu tenho na boca dos outros?

E eu, quero dar gosto aos outros?

A quem me engula como se fosse luz,

Para afastas a escuridão que vive neles

Há aqueles que após engolir sem degustar,

vomitam-me!

Mas e eu? eu quero dar gosto aos outros?

Que seja dito apenas uma vez:

Sou grande demais para tuas bocas pequenas

O meu gosto e inesquecível,

E o vício me precede

Não estou nem p'ra João, nem p'ra Maria

todos me são pequenos em demasia

Não existem estômagos que me dilua ou que se alimente de mim.

Ninguém pode viver de mim!

Luh Bernardes
Enviado por Luh Bernardes em 10/11/2018
Reeditado em 05/07/2022
Código do texto: T6499723
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