Pedaços a serem juntados

Sabe, tenho enfrentado dias horrivelmente torturantes dessa rotina, principalmente por ainda sentir aquela coisa chamada hora telepatia, hora conexão,

acompanhada de certa exaustão,

não bem vinda de uma amarga solidão.

Acabei por dar uma pausa agora,

afinal, tão mais fácil é conduzir palavras um tanto literárias,

do que esse terrível trabalho acadêmico que anda por me consumir há dias, e essa saudade absurda que me queima a alma desde que resolvesse dizer-me que estaria indo embora de minha vida.

Inevitavelmente,

difícil é não me pegar pensando em você,

confusa a tantos termos técnicos e fazendo referencias a sei lá o que, impostas de tantas normas e regras de uma tal ABNT,

quando o que minha mente mais pede é que eu me faça de referencia a tu e ao amor que ainda nutrimos,

e que não siga as regras impostas que certamente se deve seguir,

a fim de que se deve seguir em frente sem o outro.

E ao mesmo tempo, em que pede,

pede que segure meus sentimentos a expressar-me a ti.

Deixei de te escrever já há algumas semanas.

Fostes o único que enviei as cartas que escrevi,

o único dono das minhas cartas lidas,

o que pensei ganhar flores pela primeira vez.

Porém fostes apenas quimera,

não me trouxesse flores como eu sonhava e como prometestes.

E eu que de tanto falo,

me pego agora sem palavras a dizer,

apenas aquele nó travado na garganta,

onde prende o ar e onde sai o choro,

onde olha nossos fotos e sorri ao mesmo tempo que sente apertar dentro da alma,

onde lembra você falar que quando batesse saudade, lembrasse dos momentos bons.

A fim de talvez confortar,

fizestes a pior sugestão para um coração partido:

quanto mais se lembra, mais se parte.

E já não sei mais por onde andam os pedaços a serem juntados.

tampouco sei onde achá-los,

apenas sei achar-te.

Marinara Sena

12/11/2018

22:45

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 13/11/2018
Reeditado em 13/11/2018
Código do texto: T6501398
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