Versos solitários
Ouço longemente um country,
enquanto faço trocadilhos por escrever e tragar um cigarro com aroma de menta.
O pensamento ecoa entre tu,
entre o nada, entre uns porquês, entre uns talvez.
As vezes o silêncio é protagonista,
noutras, a tristeza parece melhor amiga.
E sim, de fato seja.
Um copo de cerveja, um cigarro, uma prosa. Do lado uma solidão ocupa o lugar que seria a tua companhia,
doutro ocupa só um copo vazio.
E me perco no que mais sei fazer: recitar versos.
Não acho sentidos, rimas nunca achei.
Sutileza não mais faz parte.
Me perco ao pensar nos achismos.
Me perco na dor.
Na fumaça desse vicio,
será tu ele?
Me perco em meio a versos solitários.
Me corroe.
Descompensa.
Não mais dói.
Que de tanta dor se fez, adormeceu.
Aqui estou a decifrar cada nota da música a tocar.
Em cada fermata, desejo que nenhuma presença se faça presente,
num egoísta achismo de sentir, naquele pequeno espaço de tempo: apenas eu e o lugar vazio , este que seria teu.
Posso ainda decifrar cada recorte teu.
Mas dessa solidão,
não sei do que ser eu,
nem terminar o verso,
apenas dizer,
sentir-te,
meio a versos solitários.
Marinara sena
03:07am
17/11/18