MINEIRÊS.


A faca enferrujada
cortando a carne vermelha,
e o amor
segue esse trem sem cor,
uma laranja madura,
um abacaxi para descascar ,
um gato dorme sob a mesa,
um cachoro corre o quintal,
uma vaca parindo vida,
as galinhas namoram os
poleiros,
uma nuvem acaba de tapar o sol,
me escapou a oportunidade
de flertar com o arrebol,
Adélia disse "o amor é roxo,
como amoras maduras".
Acho que ela enganou-se,
o amor é trem sem cor,
eu disse trem...
respeite minha mineiridade,
sou mineiro sim, senhor,
falo trem, uai, acóde eu,
arreda prá la trem danado, 
isso é minha minerês, trem bão
pra daná.
como todo dia um bocado,
o amor é trem sem cor,
vou contrariar Adélia prado,
e neste agora que o arrebol se foi,
vou apiar deste poema,
a cane vermelha esta cortada,
o dia está parindo a noite,
me retiro,
para outro dia voltar.




 
Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 24/11/2018
Código do texto: T6510773
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