GAIOLA DA LÁBIA

Na aspereza da língua

As feras se estranham

No ancoradouro dos sonhos

os dissabores margeiam

banalizados por avessos abissais

Uma criança dorme

em um canto vazio,

As demências dão léguas

ávidos dinossauros...

Alargo os cantos da boca

E projeto as presas

com amontoados de letras

que dessorem os sentires

das falácias

dos conservadores

desavergonhados

de o verbo.

O aparato dos saltos

é o barato da vez

O sapato que aperta

O calço em falho

Na miopia estrábica

De o sonho que pesa

Em mundo de imundos

que se esconde,

se escondem esnobes,

dês -nobres

Não piscam avisos reflexos

Enquanto avulso

um sorriso morre,

Outro, talvez meio infante

Para a luz do teu rosto

se projeta

mas é o seu peito que foca

e ainda que descrente,

almejo a volta da fé

que nos acorde...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 25/11/2018
Reeditado em 25/11/2018
Código do texto: T6511909
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