Momentos gloriosos


Por tantas vezes. quando prisioneiro em teus braços
Que me conduzia aos céus através do infinito espaço,
No exato instante efêmero da “petite mort” gloriosa,
Questionei Deus por que retornar tal o gozo desfrutado,
Pois jamais, em toda a vida, sentira-me assim amado.

E a cada vez, cumprindo inefável e imutável preceito,
Senti de novo o arfar de teus seios acariciando meu peito,
Teus lábios colados aos meus a sussurrar, carinhosa,
Que gostaria de lá permanecer também, junto de mim,
Por toda eternidade, por momento que não tivesse fim.

E deixávamos de ser os deuses que fomos por instantes,
Eros e Afrodite, e retornávamos a ser meros amantes,
Como se um belo poema ou soneto expresso em prosa,
Prisioneiros dessa vida sem qualquer outro sentido,
Resumida a cada um dos parcos momentos vividos...

Hoje, finalmente, descobri a resposta para essa questão,
Ao observar o fascínio entre a abelha rainha e o zangão,
Que por ela expressa seu amor vagando por entre rosas,
Depositando em seu ventre o néctar colhido em cada flor
E sucumbindo a seus pés após consumarem o ato de amor.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 28/11/2018
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