Rascunho

No ar...

Como chuva que não cai no sertão, e algemada ao céu esfria e chora às crianças que anseiam o brotar das flores

No ar...

meus pés nus presos ao chão

de tantas terras... Tantas vezes que enobrecem o tal sonhar

do simples amar!

Que vento e este que com infinita delicadeza me aninha nas horas cinzentas sem nada perder?

No ar...

Como mulher despojada que não assanha no breu da esquina por saber-se menina.

No ar...

E os olhares implícitos vem e vão acompanhando os sonhos cravados no ar, ferozes como os leões de barro da estante a urgir

No ar...

Ficam os pensamentos confinados, pincelados de agruras e raios de luz que nem se conta!

No ar...

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 29/11/2018
Código do texto: T6515190
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