Rascunho
No ar...
Como chuva que não cai no sertão, e algemada ao céu esfria e chora às crianças que anseiam o brotar das flores
No ar...
meus pés nus presos ao chão
de tantas terras... Tantas vezes que enobrecem o tal sonhar
do simples amar!
Que vento e este que com infinita delicadeza me aninha nas horas cinzentas sem nada perder?
No ar...
Como mulher despojada que não assanha no breu da esquina por saber-se menina.
No ar...
E os olhares implícitos vem e vão acompanhando os sonhos cravados no ar, ferozes como os leões de barro da estante a urgir
No ar...
Ficam os pensamentos confinados, pincelados de agruras e raios de luz que nem se conta!
No ar...