Nódoas da alma

E as lavadeiras deixavam o Nilo

Levando a roupa para quarar

Limpa das águas dos crocodilos

Brancas como assombração

Pendurado o lençol a penar

Trêmulo no limbo a salvação

Árida face sem lágrimas

Só dores, nua, sem estimas

Os panos das almas vão cobrir

Corpos de novos pecados

E logo que saem do varal

Camuflando vícios capitais

Indulgente aquele rio lava

Todos os desvios do homem

E alma por alma ele salva

Perdoa, a limpadeira pajem

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/12/2018
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